o amor que lhes custará tanto a admitir, mesmo para si mesmos, estava ali agora à vista. Ela abraçou-o com lágrimas a correrem-lhe pelo rosto e disse eu amo-te. ele sem conseguir entender bem a dimensão e a importância daquela palavra abraçou-a de volta. seria a primeira vez que jason se sentia tão próximo de alguém desde que deixou o seu pais à procura de uma vida menos doída.
acordou antes dela como de costume e ficou a olha-la exausta ainda a dormir. desta vez porém, sentiu medo de ela poder ser o dissolvente que acabaria com a carapaça que tinha construído e fortalecido neste ultimo ano e meio. no entanto apaziguava-lhe as saudades e a falta de noticias da família. vestiu-se e saiu da casa de mariana, sempre leve, ela ficou a dormir.
opá, ó mariana já viste isto? não tenho sorte nenhuma, perdi mais duas horas na casa dos ricos. oh mulher, vai-te benzer quer isso já não é normal, primeiro morre o velho agora esses despedem-te mas qual foi a razão? olha razão do costume, parece que os ricos devem tar menos ricos e já não têm possibilidades de ter duas empregadas, não tá facil, não sabes de mais biscates por ai? não, eu tenho tido as mesmas casas do costume, mas ó helena porque é que não perdes a vergonha e pedes ao teu marido para mandar-te dinheiro? não isso não, quanto menos contacto com aquilo melhor, então e o miudo russo teve lá em casa ontem? moldávo, sim teve, e não gozes, mas disse que o amava. tás a brincar? então e o outros? mas quais outros? tu pensas que eu sou o que? acabou a conversa já.
a helena perdia-se na solidão de sua casa a pensar no velho. ao menos tinha sexo e alguém que lhe ensinava umas coisas, embora não percebesse metade da informação sentia-se inteligente a repeti-las para pessoas que ainda percebiam menos que ela. pensava no quanto tempo desperdiçou a pensar que o odiava, e pensava que quando ele lhe metia a mão por baixo da saia era o mais próximo que estava de ser amada. (1)
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