sábado, 8 de março de 2014

Fornalha velha, cheia de restos de carvão, cinzas e brasas que ainda doem de tão acesas. Ainda sinto o cheiro do fumo negro que nunca se foi e que dia-a-dia me parece maior e mais denso. Oh fornalha velha, que me continuas a matar, a corroer devagarinho, com ódio e carinho, feitos de mágoa e vinho, de impotência e dor. Como se o tempo não passasse no coração, envelhecendo a pele lentamente, mas agora consciente que tudo é tão em vão. Continuo a desnascer, a desvanecer e desaparecer, até à marca apagada, que será a minha chegada, à idade de morrer.

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