As nossas raízes. Que muitas vezes não vemos por estarem
por baixo da terra. O que nos suporta, nos alimenta o sangue, nos dá de mão
beijada à personalidade, o néctar. Renegar as raízes é renegar o pão que nos
alimentou. Se não tivermos orgulho em quem fomos nunca poderemos ter em quem
somos. Dai a nostalgia que te corre no sangue, ó Portugal. É demasiado o fado
que não é em demasia, não é exagerado. Assenta-nos bem. É por isso que estás de
olhos postos no oceano, a contemplar o passado. Sempre deste as costas ao
resto. As guitarras sempre serão a tua voz e o teu olhar sempre o mar. De onde
viste as velas chegarem com a pátria e a saudade às costas. Temos em nós
demasiado valor, que se perde a cada dia, que se desvanece com o amor, com o
verdadeiro amor. Que se desvanece com o som de metais cortantes, dos gritos de vitória,
com o choro da saudade, com a esperança perdida em infinitos nevoeiros.
Promessas falhadas. Ó Portugal, tu que já foste dono de meio mundo, e agora nem
teu dono és, tu que carregas em ti tradições ultrapassadas e atiras ao lixo os
valores de uma vida, não deites o teu nome ao vento, não o atires ao mar,
leva-o contigo, até ao sitio onde queres chegar.
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