domingo, 13 de maio de 2012

As nossas raízes


As nossas raízes. Que muitas vezes não vemos por estarem por baixo da terra. O que nos suporta, nos alimenta o sangue, nos dá de mão beijada à personalidade, o néctar. Renegar as raízes é renegar o pão que nos alimentou. Se não tivermos orgulho em quem fomos nunca poderemos ter em quem somos. Dai a nostalgia que te corre no sangue, ó Portugal. É demasiado o fado que não é em demasia, não é exagerado. Assenta-nos bem. É por isso que estás de olhos postos no oceano, a contemplar o passado. Sempre deste as costas ao resto. As guitarras sempre serão a tua voz e o teu olhar sempre o mar. De onde viste as velas chegarem com a pátria e a saudade às costas. Temos em nós demasiado valor, que se perde a cada dia, que se desvanece com o amor, com o verdadeiro amor. Que se desvanece com o som de metais cortantes, dos gritos de vitória, com o choro da saudade, com a esperança perdida em infinitos nevoeiros. Promessas falhadas. Ó Portugal, tu que já foste dono de meio mundo, e agora nem teu dono és, tu que carregas em ti tradições ultrapassadas e atiras ao lixo os valores de uma vida, não deites o teu nome ao vento, não o atires ao mar, leva-o contigo, até ao sitio onde queres chegar. 

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