Hoje sou senhor do bom dia. Hoje fui senhor do bom dia. Como os sons da brisa que se tornam vento na janela do carro aberta, num dia de sol. Hoje fui amante das palavras, ainda que controladas, para que as palavras te levassem o amor que não te posso dar à distância. Abracei as palavras como te abraço a ti e meti-as nos dedos, quando te escrevi. Na esperança que as palavras desatem o amor e o encaminhem em direcção aos teus olhos. Já sem medo do sentimento estar preso às drogas que vêm na tua boca, já de ressaca. Na calma do sentimento guardado e sóbrio, como numa manhã de verão em que os pássaros cantam e o ar é tão quente e puro que a calma é a única ansiedade possível. Hoje sou senhor do bom dia. Porque imagino o teu sorriso e o brilho nos teus olhos, porque o amor é novamente uma possibilidade, porque o amor pode ser não querer morrer. Os meus dedos escrevem no teclado do computador, porque os meus braços estão ligados ao meu peito, no meio do burburinho das palavras repetidas e termos em inglês, no meio da confusão. O meu sangue carregado de prosa como anteriormente foi, com gosto. Bom dia.
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