sábado, 29 de outubro de 2016
O cheiro da comida que queria comer acolchoava as paredes. Dançava em cima dos trompetes e por entre as linhas de baixo do liniker, sozinho. Não havia mais ninguém. Paz e silêncio por trás da música que sabe a manhã de sábado. O benfica não existia, não existiam políticos nem crise, não existia o teu corpo. Não existia o nosso amor, só o meu por alguém melhor. Só o meu pelas coisas doces. Só a sensação de conforto dentro de mim, só o querer viver. O sol de inverno a aquecer o vento fresco nos meus braços, podendo fechar os olhos ao compasso dos passos do cavalo então tranquilo. E o saber que seria útil, que iria criar algo novo todos os dias, que iria combater para chegar à perfeição possível meio conformado com o ritmo das buzinas matinais. O cheiro da comida que queria comer acolchoava as paredes. Dançava em cima da guitarra e por entre as linhas da voz do buarque, à espera que acordasse o meu amor, para o mundo perfeito que desenhei para nós.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário