quarta-feira, 29 de junho de 2016
A paisagem da cidade banha-te as costas, o sol ilumina-te de dourado, é a tua cor... Tu encostada ao muro, e eu fantasma, debaixo da sombra rendilhada pelas folhas da árvore velha que está ao teu lado. Observo-te e duvido se o tempo realmente parou, serena como a brisa que te acaricia as pernas e põe o teu vestido a dançar. Olho-te, e tu olhas para ele, neste momento temos algo em comum. Enquanto compartilhamos o mesmo espaço, ambos apaixonados, a metros um do outro, olhamos para quem queremos abraçar... é o mais próximo que alguma vez vou estar do teu amor. Ele, agarrado a uma guitarra que soa melhor que todas as outras, e tu, ao lado dele, descalça, encostada ao muro, alimentas-te de toda a energia viva da terra, fazes tudo o resto parar de existir, enquanto cantas pela voz de tudo o que é bom. A paisagem da cidade banha-vos as costas e ilumina-vos de dourado, a vossa cor, juntos, enquadrados no único sitio no mundo onde o tempo anda. O quadro perfeito, em tons do castanho claro do teu cabelo agora dourado, e o verde da árvore velha, com cheiro a terra e o encadeamento de notas mais bonito de sempre. E eu fantasma, ali, como se não estivesse, como se nada mais existisse, ainda na sombra da antiga árvore, espero que venha o meu tempo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário