terça-feira, 4 de dezembro de 2012


É demasiado tarde para ir atrás. Demasiado cedo para ir em frente. Existem sempre dois sentidos e nunca se pode saber bem por onde começar a escolha. Normalmente começa pelo lado que nos deu mais certezas. Pelo lado que nos parece menos labiríntico ou por onde nos parece que levaremos menos chapadas, menos nãos. Tou farto dos não e das chapadas sem mão. Sou filho do amor, e sem ele sou como os pulmões vazios. Ter alguém que possa não aguentar tudo o que tenho para dar ou que não tenha o suficiente para me presentear, voltando aos pulmões, é como viver em ar rarefeito, impossível de me alimentar. Não sei se isto só acontece nos filmes, e se sim, que se fodam todos os senhores de Hollywood, mas eu queria encontrar o amor da minha vida. Queria olhar nos olhos de alguém e saber que aquela pessoa era tudo o que eu queria… E talvez isso até aconteça… Acho que até é capaz de me ter acontecido, mas estas histórias têm sempre dois lados e o que é o amor se só houver um emissor? É a velha teoria da comunicação não é?
Em tempos desliguei a televisão e comecei a escolher os meus próprios filmes, para poder escolher os menos ilusórios. Há pouco tempo encontrei num filme um discurso de uma das personagens, que eu concordara há demasiado tempo, sem nunca ter conseguido explicar por palavras. A teoria baseava-se um pouco nisto das ilusões de Hollywood e ele dizia que os homens são bastante mais românticos que as mulheres. Explicou porquê ao dizer que os homens até podem ter várias mulheres antes ou depois, mas quando encontram a certa ficam com ela até ao fim, fisicamente ou não, chegando a mudar ideias e convicções. Enquanto que as mulheres, passam a vida toda à procura do príncipe encantado, mas passados os anos de ilusão, casam-se com o que lhe pode dar a vida mais estável. Em teoria acredito nisto. E contínuo à espera da certeza, continuo à espera. Já que só se pode percorrer um caminho de cada vez, e é demasiado tarde para ir para trás, e demasiado cedo para ir em frente.

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