terça-feira, 5 de junho de 2012

E morro da saudade, mesmo antes de um de nós partir.


Há vidas e vidas. Há vidas de saudades e prazer, de luxo e doer. De quem partiu à procura e encontrou na distância a prata. Há vidas de amor e famílias, de heranças vazias, mas de heranças de ouro, já que não há maior presente e poder que a educação no amor. Já vi o meu destino em rodas de autocarros, em rodas de carros e abraços apertados matinais maternais. Agora que o futuro me mostrou as asas, que me abriu os olhos a viagens infinitas e saudades quase inesgotáveis, agora que as portas da maturidade se abriram, para me mostrar que o futuro que era o futuro não existe, que o futuro do passado não existe… fico perdido no espaço e no tempo como se a luz não existisse, como não houvesse uma saída, como se por todo o lado fosse perder metade do meu coração. Trago-te as mãos ao peito, trago os teus lábios comigo, para eu conseguir sentir o sabor a sal, ou fico com eles guardados nos bolsos para te dar a ti a calma do mar. Como se existisse uma saída certa, como se uma das portas fosse a correcta, como se o futuro fosse pleno por um dos lados, a minha cabeça explode de pensamentos exaustivos e complexos… E morro da saudade, mesmo antes de um de nós partir.

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